12/03/2009

Muitos dias, meses, anos depois (ou Da Vinci no solarium)

Nono andar. Oitavo andar. Sétimo Andar. Nunca soube por que o painel tinha o número zero, se usualmente jamais seria dito Zero Andar. E decidiu, ali, com certeza haveria de estar a letra T. Térreo. O número Z-E-R-O era quase um absurdo, pairava as impressões de uma ofensa.
Estava de fato, surpresa.
Entre os primeiros minutos, aquele espécie de lugar-comum entre dois que passaram tempos equivalentes a quase-séculos, sem nenhum encontro. Em nenhum grau. Faróis. Restaurantes fast-foods. Festas mais esperadas. Paradas pela paz nacional. Filas de supermercado. Estacionamentos. Desde o dia de que já não se lembram, não mais se viram. Também vou muito bem, obrigada. Exceto os cabelos você continua igual. Qual é mesmo a data do seu aniversário?
E as palavras, como sempre, dispararam. As palavras sempre disparam. E depois das escadas, puderam disparar no mais alto de tudo ali.
O azul não era perfeito, são muitos os livros que narram aos pares um azul em melhor tom.
Eram apenas duas estrelas, uma lua apagada e sua aura imensa.
Entre a escolha da melhor perspectiva e a afirmação de que, verdadeiramente, ela podia enxergar melhor, lembrou-se de tudo, imediatamente. As camisetas verdes. São Paulo e o lugar mais bonito de suas vidas. As flores. O terno e a timidez inesquecível.
Não devíamos ter nos afastado.
Desculpe, tenho que acordar cedíssimo. Culpa da dependência no último ano.
Boa noite.

Ela sabia, que haveriam palavras e verbos para todas as estrelas que não estavam ali, mas não há argumentos que disputem com o terrível desafio de acordar cedíssimo

Sim, não deveriam ter se afastado.

Um comentário:

Unknown disse...

Nossa, sem palavras
muito bomm....
passou direto
x* bjaoO