10/06/2009

e o nome amores.

Com o sol, pediu que saísse.
Que saísse da forma concreta. Pediu a providência cuidadosa de que retirasse tudo o que pudesse ficar como lembranças. Delas, bastariam as que já estavam pousadas sobre as toalhas brancas, os copos de vinho e os cinzeiros repletos. Para lembrar, bastariam uns dois ou três almoços, os instantes de silêncio após as canções. Bastaria o perfume instaurado em seus movéis, e isso tudo já era demais.
No congelamento que se fazia, pensou em colocar um disco, ensaiou uns gestos de dobrar lençóis. Não queria dizer o que sempre é dito, que de tudo, algo haveria de permanecer. Que iriam se falar, não esqueceriam os e-mails, e se esbarrariam, sem dúvida, entre os cafés e os semáforos. Preferiu o legítimo adeus em sua urgência absoluta, pedindo que deixasse as chaves sobre o criado e que aquele fosse o fim.
(Jéssica C.)
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(Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. - Fragmentos, Caio Fernando Abreu)
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3 comentários:

Anônimo disse...

O que eu devo te dizer, Jéssica?
Não dorme mais?

Anônimo disse...

Não quero nem pensar no que eu quase fiz
Fingir o que eu não era pra ver você feliz
Inteiro em sua mão de corpo e coração
agora sou passado
um nome que você não diz.

Rosas mortas pra você.

Jéssica disse...

Faltou a parte de ser o destino. De estar cego e surdo e estar pronto para perder.
:)
Você é legal!