Diluídas entre tantos litros, as lágrimas entre as escadas e o nono andar, fluíam ininterruptamente, como um único e infindável murmúrio. Primeiro a cor preta, depois os números e pronto, arrependeu-se infinitamente de ter saído naquela tarde. Pensou mais uma vez no cuidado que há de ter-se com o que se deseja. Agora, todo o seu desejo já era maior que tudo ali podia suportar. Lembrou-se dos instantes sublimes daquela noite mais fria, ele em um azul que ela nunca gostou realmente, o bilhete das letras pequenas e o perfume que vez ou outra, insistia em entrar pelas janelas, se confundir entre os lençóis e continuar a entorpecê-la. Pensou no que faria com aquele último beijo, posto que foi dado sem que os lábios soubessem que seria propositalmente inesquecível. O último beijo que perpetuamente a fez querer tê-lo sempre ali, ao alcance, mais próximo e sempre perto, para os outros milhares de beijos que continuam por esperar outra chance.
Sim, mais uma vez era o mesmo nome saltando entre as letras do livro que tentou ler para que pudesse esquecer, e da canção que jurou não mais ouvir, para que nunca se lembrasse novamente. Porque lembrar-se de tudo, palavra por palavra, telefone por telefone, madrugada por madrugada, abraço por abraço, promessa por promessa, era o que continuamente lustrava o desejo que jamais repousava.
“Não te quero por ti, nem por mim, nem pelos dois juntos. Não te quero somente por que até o sangue me faça te querer. Te quero porque tu não és minhas, porque tu estás do outro lado. Porque no mais profundo de tudo, tu não estás em mim e eu não te alcanço.” ( O livro)
I cannot be without you, matter of fact. I'm on your back. ( A canção)
00:08 21/12/08
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2 comentários:
Me lembrei de um dia 06/08/2007; que mesmo tanto tempo depois permanece fresco em minha memória, como um quadro recém-pintado.
Faço de suas palavras, as minhas.
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