29/05/2009

prosinha

Para Fernanda Gaseta
1- Do livro, Mil Corações Solitários, achou que poderia paracer-se com o seu, embora não fosse Mil, e nem tão Solitários assim. Depois pensou novamente, e achou que talvez não se assemelhassem em nada, posto que ela não mataria ninguém. Uma vez meteu os pés pelas mãos, quis matar o cachorro, pobre pelúcia inocente. E houve vezes, em que potencializou o verbo em frases de raiva. Várias delas. Se pudesse terminar com tudo, mataria ele, ela e aquele outro também, que você bem sabe... Se pudesse matar essa fila toda, pagaria o embrulho em 13 minutos, visto que são 13 pessoas e faria tudo de forma breve... Mas de verdade, aquela verdadezinha que se enconde mas não se extingue, de verdade, não mataria ninguém. Nem o cachorro,vejam só, conseguiu enforcar.

"Tem horas que eu fico soluçando, só de pensar. Acho que a gente soluça quando o pensamento atropela a respiração.
E aí a respiração sai do ritmo, fico soluçando, demora para voltar, ainda mais quando eu penso, penso na vida sem conseguir parar nunca. Só posso conversar com você, que é da minha idade".

Fragmento 15, página 47. Mil Corações Solitários, Hugo Almeida.

21/05/2009

Neblina, propósito e anestesia - 2.

"São atos estranhos à razão, dos quais só pode desculpar-se o delírio".
(página 40)
"E assim, lhes surgem os irremediáveis infortúnios, os ódios irreconciliáveis e as afrontas que levantam as campas, encerram algozes e vítimas e ficam ainda de pé sobre as louças inflamadas".
(página 25)
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(de Salvação, Camilo Castelo Branco)

10/05/2009

e quantas ainda lhe restam?


Posto que, dentre todas as coisas do mundo que desejamos, há o que jamais virá e o que não irá perdurar, visto que por hora mínima, até os sentimentos de fontes secas, nos parecem ser incontroláveis. E por último, e por sua vez mais importante, há aquilo pelo qual irá valer cada instante da espera.

(Olhar, quando já não se acredita no que se vê.
Não se querer nada além do que está à nossa volta - CFA)